Lean Thinking: o que é, benefícios e como aplicar em seu negócio

Conheça tudo sobre o Lean Thinking, o método criado pela Toyota para eliminar ineficiências nas operações e otimizar processos de vendas.

O Lean Thinking (“Pensamento Enxuto”, em tradução livre) pode ser encarado como um processo quando seus princípios estão sendo gradativamente aplicados em uma empresa, contudo, ele é uma metodologia ou, como o próprio nome já diz, um “pensamento”. Ele foca na melhoria contínua com minimização do desperdício e maximização da geração de valor para o cliente

A metodologia tem sua origem no Sistema Toyota de Fabricação. Após a Segunda Guerra Mundial, como uma tentativa de contornar os danos da crise econômica, a empresa criou um ecossistema sustentável de trabalho que conseguiu minimizar custos, garantir eficiência dos processos e vender os produtos a um preço competitivo.

No caso da pioneira Toyota, foi possível obter uma maneira de acelerar o processo de fabricação e diversificar os modelos sem sacrificar a qualidade. 

O termo Lean Thinking, contudo, não foi estabelecido pela pioneira japonesa, mas por Jones e Womack, para descrever o que a Toyota fazia, no livro “A máquina que mudou o mundo”, lançado em 1997.

Essa abordagem estratégica se popularizou especialmente nas indústrias, porém serve para todo tamanho e área de negócio, pois se concentra em melhorar o fluxo de valor e eliminar os desperdícios, seja de matéria-prima, tempo, mão de obra ou outros recursos. 

Atualmente, no Brasil, 92% das indústrias utilizam pelo menos uma técnica de manufatura enxuta, segundo dados da Sondagem Especial Manufatura Enxuta na Indústria de Transformação Brasileira de 2018. Um terço das empresas usa de 10 a 15 técnicas no dia a dia de produção, enquanto 39% usam de 4 a 9 ferramentas.

Aplicar o pensamento enxuto em uma empresa é um processo de equipe que envolve todas as pessoas da organização. 

Os dois pilares do Lean Thinking
Os 5 princípios prático do Lean Thinking
Os benefícios do Lean Thinking abrangem qualquer área de negócio. Quais são eles?
Dicas para aplicar o Lean Thinking
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Os dois pilares do Lean Thinking

Os dois pilares do pensamento enxuto dão a base para o desenvolvimento das ações Lean. Quando as pessoas adotam os dois pilares como uma forma de enxergar as coisas, conseguem formular e executar melhores decisões e estratégias de negócios que resultam em sistemas mais produtivos para a organização.

Melhoria contínua

Melhoria contínua é a busca ativa de identificar oportunidades e executar ações que transformem o trabalho para melhor. O trabalho com foco na evolução permite que as equipes identifiquem quais atividades são necessárias e quais podem ser extintas ou aprimoradas. Isso faz com que as pessoas estejam focadas no que fazer, alinhadas aos objetivos e engajadas na criação de valor

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Respeito pelas pessoas

O respeito gera empatia, com mais empatia na cultura da empresa, o clima organizacional melhora e os colaboradores entendem melhor a visão do cliente. Isso faz com que o pensamento de fazer somente o mínimo decaia e as pessoas fiquem atentas naquilo que poderiam estar fazendo melhor para impactar positivamente as outras ao seu redor.

Numa organização que já alcançou a implementação do Lean Thinking há mais confiança entre líderes e liderados, isso faz com que cada colaborador assuma o papel de agente de evolução sobre suas atividades, pois tem autonomia para analisar o que pode mudar para trabalhar melhor. 

Tudo isso também permite que as habilidades de cada um se sobressaiam, gerando uma melhor definição da pessoa certa para o lugar certo. Ou seja, ajuda no desenvolvimento dos colaboradores.

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Os 5 princípios práticos do Lean Thinking

1. Definição de valor 

Para definir o que é valor para o cliente, é necessário descobrir as necessidades e desejos dele. Por isso, é preciso investir em pesquisas e análises que aprofundem o conhecimento sobre as crenças e hábitos dos clientes. Ao usar técnicas quantitativas e qualitativas, é mais fácil definir o que eles valorizam.

2. Mapeamento do fluxo de valor

Após definir o que é valor para o cliente, é preciso explorar quais são as ações que contribuem para a construção dele e que devem nortear os processos e suas execuções. 

Ações que não agregam a isso são consideradas desperdício. O desperdício é categorizado como: sem valor agregado, mas necessário e sem valor e desnecessário. O primeiro deve ser subtraído ao máximo, o segundo, completamente extinto. 

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3. Criação do fluxo

Após eliminar os desperdícios, é necessário garantir a fluidez das etapas restantes. Isso pode incluir: cortar etapas, reconfigurar o fluxo de produção, redistribuir tarefas, intensificar treinamentos ou até mesmo criar, excluir ou fazer a fusão de setores.

4. Produção puxada

O estoque pode ser o motivo de maior desperdício dentro de um sistema de produção. Por isso, a produção puxada (Pull System) visa o fluxo de materiais e não o aumento do estoque. Ela também promove: dinamismo nas operações, redução dos excessos e da superprodução, dedução de custos do PCP (Planejamento e Controle da Produção) e ganho de qualidade dos produtos.

5. Perfeição

Os desperdícios são eliminados nas quatro primeiras etapas e o quinto passo é o mais importante: a adoção da melhoria contínua como parte da cultura organizacional. Todas as outras etapas só se tornam viáveis se todos estiverem comprometidos em analisar criticamente cada ponto que pode ser melhorado e trabalhar em prol dessa evolução. 

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Os benefícios do Lean Thinking abrangem qualquer área de negócio. Quais são eles?

A metodologia Lean possui ampla aplicabilidade aos processos em empresas de qualquer tamanho e área de negócio devido à sua capacidade em ajudar as empresas a agirem de forma mais inteligente, cooperativa e sustentável, respeitando seus recursos. Abaixo, explico alguns dos principais benefícios da aplicação do Lean Thinking que podem ser alcançados em empresas de todos os tamanhos:

Redução de custos enquanto agrega valor

Uma pesquisa da Lean Enterprise Research Center mostrou que 60% das empresas possuem processos que não agregam valor ao negócio. Significa que elas estão gastando tempo, dinheiro e outros recursos sem nenhum retorno. 

O Lean Thinking elimina essas categorias de desperdício, permitindo que as empresas aloquem seus ativos em atividades que realmente geram retorno e agregam valor. Dessa forma, enquanto os custos são reduzidos, a qualidade dos serviços é aprimorada. 

Fortalecimento do relacionamento com o cliente

Uma estratégia Lean parte do princípio de gerar valor ao cliente, isso coloca o consumidor como prioridade, algo que ficará evidente em cada ação e interação com ele. Toda estratégia foi construída ao redor das necessidades e desejos dele, ele sentirá que você o entende e o conhece, facilitando a fidelização. 

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Vantagem competitiva

Uma estratégia Lean Thinking oferece o necessário para que a produção/prestação de serviços seja a melhor possível com o mínimo de investimento possível, impactando no preço para o cliente. 

Quem nunca contratou algum serviço ou comprou algum produto sem entender como podia ser mais barato e tão melhor em relação a outra experiência com uma marca concorrente, não é? O Lean Thinking explica. 

Cultura de melhoria contínua

Por se tratar de uma metodologia e filosofia aplicada ao dia a dia, o pensamento enxuto coloca todos em sincronia nas atividades diárias. Com isso, suas práticas não se tornam apenas uma maneira de fazer as coisas, elas passam a ser parte do DNA da empresa. 

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Com o tempo, o foco em melhoria contínua será algo intrínseco aos colaboradores e a manutenção dessa cultura será feita por eles mesmos. 

Melhoria no engajamento dos colaboradores

Com uma gestão também enxuta, a comunicação entre as pessoas e equipes melhora, fazendo toda a diferença nos resultados da empresa:

  • Empresas com colaboradores engajados são até 22% mais lucrativas. (Gallup)
  • Locais de trabalho altamente engajados têm um aumento de 10% nas avaliações dos clientes e 20% nas vendas. (Qualtrics)
  • Ter uma boa cultura de empresa aumenta a receita em até 4 vezes. (Forbes)
  • Colaboradores engajados são 87% menos propensos a deixar uma organização. (Qualtrics)

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Dicas para aplicar o Lean Thinking

No início, algumas pessoas, especialmente lideranças, podem se mostrar resistentes às mudanças. Por isso, é importante desdobrá-lo em ações práticas para haver compreensão sobre seus benefícios e importância a curto e longo prazo. Para ajudar você nessa missão, trouxe alguns pontos fundamentais para o início dessa evolução com base nos ensinamentos de Jones e Womack.

Agentes de mudança

Uma das maiores dificuldades é superar a inércia. Mudanças requerem comprometimento, muita ação e responsabilidade, por isso, é preciso preparar agentes de mudança para vencer esse obstáculo. Os agentes de mudanças precisam conseguir puxar iniciativas para que as transformações aconteçam.

Com o tempo, as pessoas adotam o compromisso com mais facilidade, pois verão a importância do seu papel na estratégia Lean Thinking. De acordo com Jones e Womack, todo colaborador pode ser um engenheiro de processos proativo e isso evidencia o quanto a metodologia é anti-hierárquica e democrática.

Sincronismo

Um agente de mudança não precisa ser especialista em Lean, mas deve ter conhecimento o suficiente para explicá-lo com profundidade, inclusive, com repertório sobre empresas que já adotaram a metodologia.

É importante lembrar que a estratégia não pode ficar apenas nas lideranças e C-levels, ela precisa, necessariamente, atingir toda a organização.

O melhor momento é agora

Com certeza a mudança não acontece de uma hora para outra, mas é preciso começar de algum lugar e o mais breve possível. Comece analisando quais atividades são notoriamente ineficazes e desnecessárias e quais ações poderiam ser tomadas, dessa forma será mais fácil provar que a metodologia funciona.

No processo é preciso transparência para que todos possam ver em tempo real o que estão fazendo, faz parte da adoção da melhoria contínua.  

Expanda as ações

É importante trabalhar, em todos os níveis organizacionais, com a premissa de que não há processo ou atividade que não seja passível de melhoria, como fica claro no quinto princípio do Lean Thinking.

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